Exposições de arte são universos de reflexões sobre os sentidos de criar. Esta mostra de trabalhos gera um pensar sobre como é possível transformar o mundo dentro de um espaço de valorização do pensar e do fazer. Os trabalhos apresentados, ligados ao Lilli Vilela Atelier são, portanto, instigantes reflexões plásticas.
Platão dizia que o Ser (a ideia) era mais importante que o Ente (as coisas existentes). Portanto, a arte, pela sua materialidade, não merecera muita importância. No entanto, Aristóteles já atribuía à arte o papel de discutir aquilo que as coisas são, o que poderiam ser (verossimilhança) e o que deveriam ser (idealização).
Essa diferença de ver a arte no mundo ocidental é um exercício de pensamento que pode ser aplicado aos criadores visuais desta exposição. Há os que encontram no fazer um prazer estético que leva a um questionamento. Outros entendem a relação entre o objeto criado e a ideia que o concebeu como uma forma de conhece melhor o mundo.
Acima de tudo, os artistas, cada qual com a sua intencionalidade, estética, técnica e temática, utilizando diversos materiais, técnicas e suportes, estimulam inquietações sobre a universalidade da arte como cenário em que forças equilibradas apolíneas e transformadoras dionisíacas se manifestam.
Oscar D’Ambrosio
@oscardambrosioinsta
Pós-Doutor e Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, Mestre em Artes Visuais, jornalista, crítico de arte e curador.